LITERATURA INFANTIL E NEGRITUDE: FEIÇÕES DE UM ENREDO E DE UMA TRAMA EM “O CABELO DE LELÊ”, DE VALÉRIA BELÉM

Francisco Renato Lima

Resumo


O respeito à diversidade e pluralidade étnico-racial é uma iminente demanda da sociedade atual, na qual, a escola, a serviço de uma educação democrática, atua como elemento mediatizador de interação e aprendizagem, reconhecendo a importância do contato com as múltiplas diferenças humanas. Aliada a instituição, está a literatura infantil, como ferramenta aliada ao trabalho pedagógico, na construção de uma sociedade multicultural. Neste sentido, este estudo de caráter qualitativo, analisa a obra “O Cabelo de Lelê”, de Valéria Belém, sob o ponto de vista pedagógico, estético e semiótico, apontando-a como importante ferramenta pedagógica, para discutir as questões de negritude e diversidade em sala de aula; buscando assim, respostas às questões que se colocam na formação e exercício docente. O valor estético e semântico da obra é atribuído à trajetória percorrida por Lelê: uma criança, que por meio de uma linguagem simples, apresenta um discurso curioso e inquietador sobre sua cor e suas origens, pondo em foco, os valores da cultura afro-brasileira e africana. Esses resultados contribuem com reflexões que busquem superar a visão tradicional e preconceituosa sobre as etnias, visando uma melhoria nas práticas pedagógicas a partir da literatura infantil.


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